Todos os dias, pessoas morrem das mais diversas formas e tantas outras enfrentam suas lutas diárias com fé e determinação.
Sábado, 13/03/2010, meu tio Zacarias foi enterrado após uma luta contra a leucemia. Tio Zacarias sempre foi quietinho, ao menos para nós, sobrinhas distantes, tranquilo, suave. Tia Rosa, sua esposa e irmã da minha mãe, sempre tranquila, trazia dentro de si um leão e um urso, dotados de força e energia para qualquer briga, qualquer luta.
A história deles sempre me fascinou. Minha tia, do auge de seus 17 anos, forjou uma fuga para se casar com meu tio, então com 22 anos. Há 57 anos atrás, fala para mim se ela era ou não era a ídola das meninas rebeldes de ontem? Para mim a história sempre foi fascinante. Meu avó, bravíssimo, foi buscar minha tia na casa da irmã casada do tio Zacarias e todo mundo foi parar na delegacia, onde se casaram.
E desde então estiveram juntos, desta união, 12 filhos, dos quais 2 faleceram e mais 4 filhos adotivos, que Deus depositou em sua porta, aos seus cuidados. Desse povo todo, uma multidão de netos e bisnetos, gente para toda vida.
Não sabíamos, até sábado, da leucemia, mas minha mãe ligava todos os dias, com a esperança de que ele sobrevivesse à doença, mas em determinado momento, o corpo não reage mais, e Deus em sua bondade imensa leva nossos entes para terem um pouco de paz. Foi assim com meu pai, foi assim com meu tio.
A dor da perda é sempre enorme, mas precisamos ter fé e acreditar que a nossa dor é mais fácil de curar, a ausência se faz presente sempre, mas o carinho é seu companheiro e a gente que fica vai levando.
Durante tantas coisas que tenho passado aprendi que nossa presença é indispensável em um velório, mas pode ser dispensável em uma festa.
Porque o carinho que dispensamos aos familiares quando alguém parte é muito mais importante do que compartilhar alegria.
Quando vc abraça alguém que perdeu alguém está divindo tristeza, aliviando o fardo, quando se vai a uma festa, soma-se alegria e alegria sempre é mais fácil, e é abundante.
Estou triste e aliviada: treste pela perda, aliviada pelo término de sofrimento tanto dos que ficaram como de quem partiu.
Por hoje é só.
Um beijo enorme a todos, do fundo do coração.
" Por mais tempo que dure, a vida sempre será efêmera...."
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