sábado, 27 de novembro de 2010

CAVIAR X ARROZ E FEIJÃO

Vinte e um anos se passaram desde a minha formatura do 3º Colegial  ( em 1989 ) e tanta coisa se perdeu.

Valores foram deteriorados, jogados no lixo, respeito inexiste. Sonhos? Só virtuais em alguma página da web.

Olhando de onde estou, só consigo enxergar um mundo de cotas, rodeadas de pessoas perdidas, sem direção, sem esperança, sem aspirações, sem sonhos, pobres de espírito.

Posso estar saudosista, mas acho que ando olhando através de um binóculo. O mundo mudou e tão para pior...é de entristecer.

Sou de um tempo que a gente ralava na escola para passar de ano. Todo mundo achava que eu era inteligente, mas eu digo, nunca fui ! Estudava como uma condenada, um mês antes já estava lá: cara nos livros. Fazia e refazia os exercícios quantas vezes fossem necessárias para aprender. E aí de mim se não passasse de ano!!!! Nunca quis descobrir o que aconteceria.

Aprendi muito com a postura dos professores, suas opiniões, seus comportamentos, suas direções, seus gostos.

Eu os admirava, alguns mais, outros menos.

Não aprendi a sonhar com eles, porque isso eu sabia fazer sozinha, mas aprendi a colori-los com cores fortes, cores claras, cores doces....

Aprendi a dar contorno e posicioná-los aos poucos. Muitos quiseram matá-los, com medo que eu me machucasse, tirar os contornos porque a vida é muito cruel, apagar as cores para que eu não tivesse ilusões. Para eles,  o preto e branco eram as cores ideais, para mim não eram o suficiente para preencher minha alma, para colori-la.

Pensando em um fato que me foi narrado durante o 6º encontro de ex-ennianos, resolvi escrever sobre, pois percebi que há mais de 20 anos atrás a pontinha do que seria a educação já estava surgindo.

Dois professores do quadro da escola pública em que eu estudava conversavam e um deles disse à professora em determinado ponto, que ela servia “caviar” aos alunos ( se referindo ao conteúdo que ela oferecia), e que nós ( alunos ), estávamos acostumados à “arroz e feijão”. Ao que a professora respondeu que o “caviar” existia  e poderia ser provado por todos, se iam gostar ou não era uma questão a parte.

Eu acredito que esta seja a diferença crucial hoje em dia na educação. Os profissionais se contentam com o arroz e o servem da forma como acham melhor. Eu não trabalho na educação. Só vejo seus reflexos, por aqui e por ali.

É lógico que a culpa não é só dos professores, existe uma tendência dos pais a não participarem, a dar voz ao aluno, e não ao responsável pela sua educação intelectual.
De incumbir a escola das responsabilidades que eram suas: respeito aos mais velhos, como se comportar em público e em casa, o que deve ou não fazer entre tantas outras coisas, a base da educação e pronto.

Mas os professores precisam ter fé, eu imagino, através dos noticiários, o quanto seja difícil, mas nada é impossível.

Ouço, ainda agora, a dona Olga, em uma visita que fez na nossa sala, onde disse:  “..O estudo é a melhor forma de derrotar os maus políticos. Quando você sabe o que escreve, lê o que eles fazem, você é a arma mais poderosa para cobrá-los, e intimidá-los.”

E quem pode ajudar? Quem tem a faca e o queijo na mão: os professores, os mestres. Precisam ir para a sala de aula e cumprir o papel, eu tenho certeza que alguém vai  sugar seu conhecimento e aí a semente está plantada. Difícil???? Com certeza. Se fosse fácil, não teria recompensa.

Minha geração, ao menos da escola, é o resultado da briga entre o arroz e feijão X caviar.

Ainda somos do tempo em que tudo era simples, mais gostoso e que as pessoas se preocupavam com as outras, se preocupavam, se respeitavam.

Brigas não eram bem vindas, eram separadas pelos amigos. Afinal éramos uma família.

Eu acho que fomos salvos, talvez por pais mais presentes, talvez por professores mais dedicados, mais humanos.
Fomos salvos também pela determinação de pessoas, que apesar de dar aulas em escola do Estado, para alunos que não dispunham de recursos financeiros, mas tinham potencial. Todos temos, mas às vezes não sabemos, precisamos de alguém que nos alerte, que acredite e nos faça ver e realizar.

Hoje em dia, tenho a impressão que se desiste antes de começar.

Alunos  não tem porque lutar...Não se repete mais, aprender é quase facultativo.
Professores não tem voz ativa, passam programas, sem se importar com o conteúdo, erram a matéria e se confundem com verbos, acentos; mas para que se preocupar? Ninguém está vendo.....

Diretores não tomam nenhuma atitude para diferenciar, para incentivar os alunos a serem diferentes, mas para melhor sempre.

Hoje em dia eu sinto o ensino muito fraco, na UTI, principalmente o público.

Fico muito entristecida com essas coisas.

Claro que existem guerreiros e guerreiras é verdade, estes  tem todo seu valor e precisam ter força para continuar.

Mas será preciso muito deles para salvar o que está quase perdido.

Eu tive vários guerreiros na escola, dois ao meu lado em casa, e um bem dentro de mim, não tinha como ser diferente.

Meu pai sempre dizia: que o conhecimento era a única coisa que ninguém pode nos tirar, não ocupa espaço e pode  desvendar um mundo novo.....

Eu acredito e acreditei  em cada palavra. Posso não ser uma grande empresária, uma pessoa famosa, ou de grande projeção, mas eu garanto que todo o conhecimento que eu tenho eu divido, e dessa forma , o multiplico, e vou distribuindo um tiquinho do caviar que recebi.

E assim vou aumentando a minha caixinha de conhecimentos.

E agradeço muito  àqueles que insistiram em me servir “caviar” , eu também acredito que eles não se arrependeram .

E sugiro a todos que acreditem, tenham fé, todos temos um dom, só temos que descobrir qual é....

Beijos a todos.....


                                                         aulas para surdos, e se ele desistisse? 







segunda-feira, 22 de novembro de 2010

A FOTOGRÁFA


O mundo da fotografia é fabuloso.

Li no site de um amigo que “ a fotografia é o dom de imortalizar momentos...”. eu diria que essa é a frase que se aproxima mais do efeito que as fotos exercem sobre nós.

Durante os eventos que tenho organizado é quase sempre a mesma coisa: o pessoal vai chegando, meio tímido, meio receoso e já recebe o primeiro flash, aí papo vai, papo vem e todos vão se entrosando e a conversa fluindo, e nessa fase já nem percebem a presença dela, que captura cada momento, cada gesto, cada sorriso, a descontração, a emoção....

Na minha família todas estudamos no Ennio, basicamente os mesmos professores, a mesma doutrina.....A emoção do reencontro também é a mesma.

A Kelly sempre ajuda na parte de recepção de convidados, pois o pessoal dela também sempre comparece, somos as anfitriãs, e também participamos da mão-de-obra, servimos,  repomos, dividimos o trabalho, a correria e o nervosismo e claro o bate papo.

A Rose fica por trás das câmeras, literalmente.

Ouve as histórias, eterniza os momentos, consegue fotos que ninguém tem.

Já me confidenciou que às vezes nem consegue enxergar o que está fotografando por causa da emoção.

Foi assim no encontro com a Dona Olga, mas não deixa sua função de lado...NUNCA. 

E olha que função: costuma trabalhar com 2 a 3 câmeras e bate as fotos de uma vez, todas perfeitas.....Não é o máximo? Profissa, queridos.


Muito obrigada, irmãzinha, por comprar a idéia, e junto com a gente participar das loucuras que inventamos......

 










Beiju.....


domingo, 21 de novembro de 2010

IDEIAS A PASSEAR PELA MENTE



Algumas idéias andam passeando pela minha cabeça.
Meu defeito? Sou extremamente pensadeira, sou quase uma penseira do “ finado “ Dumbledore, rsrsrsrsrsrs.

Tenho tido opiniões sobre tudo: paixões, amores, filhos, vida, dor, Deus ( meu Amigo).
Assisti dois filmes no feriado, que fiquei  impressionada com os temas.
As mensagens são fortes, sutis, e ao mesmo tempo importantíssimas.

“Um Olhar do Paraíso” é tenso, intenso, forte, e ao mesmo tempo cruel.
Alguém capaz de ver o sofrimento de outra pessoa e não fazer nada....
E o pior é saber q no mundo real existe pessoas assim....

“Conversando com Deus” é sensível e faz pensar ( algo que quase não faço). Tem uma frase que achei muito interessante: “...Sabe aquela voz que fala na sua cabeça com a sua voz? Sou eu! Falo com vc o tempo todo.”
E é exatamente assim que sinto, como se conversasse com Deus a todo momento. Como se ele estivesse ao meu lado todo o tempo, e é gratificante.
Queria muito conversar com esse autor, vou ler os livros para me aprofundar nas memórias dele. Tão emocionante. Queria poder trocar experiências, acho fascinante.

Sempre me pergunto o que teria acontecido se ao invés de virar à direita fosse pela esquerda. Sabe aquelas coisas sobre voltar no tempo e tudo mais?

Às vezes penso sobre isso e chego a concluir que talvez  não mudasse nada, ou eu perderia o que é de mais precioso na minha vida...meus filhos, da forma como os conheço.
Poderiam vir da mesma forma, mas com outros jeitos, outros e outras, sei lá acho q seria outra vida.
A única certeza que tenho, verdadeira, real é que talvez cometesse os mesmos erros, com pessoas diferentes e no final daria na mesma.

Precisei de todas as experiências que tive para aprender que não preciso acertar tudo para ser aceita, que não preciso ser perfeita para que gostem de mim e que acima de qualquer coisa o amor que nutro por mim é que me faz amar os outros e que só consegui tudo isso porque Deus ( meu Amigo querido ) esteve ao meu lado todos os dias, todas as horas, e ter certeza disso é muito gratificante.

Digo sempre que preciso do silêncio, da traquilidade para restabelecer minha energia, meu equilíbrio, as pessoas não entendem, acham que é frescura, mas só sei que quem experimentou é que sabe o bem que faz.

Como disse...a solidão não existe se estou sempre em boa companhia.....

Boa reflexão.....