Sei que grande parte de vocês já viram este filme, talvez tenham lido o livro, e ele já deixou de ser até notícia, mas recentemente, eu assisti o filme novamente, e ele mexeu comigo de novo, como alguns dos meus queridinhos...
O livro é muito bem escrito, a história boa, e a delicadeza com que os adolescentes encaram a vida e a certeza da morte me fascinou e comoveu.
Vivem intensamente, como todos nós deveríamos viver, o tempo deles é contato, mas será que o nosso não? A diferença é que eles sabem e nós temos a certeza da eternidade.
Entendo o desespero das adolescentes ao assistirem o filme: a perda do primeiro amor; entendo porque ele me emociona: a incapacidade de salvar o seu filho, e porque mexe tanto comigo: a certeza da brevidade da vida.
Tudo isso faz do livro/filme um campo de pensamentos intensos, ao menos para mim, que entre outras coisas, adoro pensar.
A intensidade das emoções deveriam ser vividas assim, para não nos arrependermos, ao menos os bons sentimentos, e às vezes até os maus, mas ainda somos cheios de pudores para expressar os bons sentimentos,pois expõe a nossa fragilidade, o melhor de nós.
A humanidade é muito estranha, afinal, se somos bons, somos bobos, se somos ruins, somos espertos.
Enfim felizmente ou infelizmente não sabemos o tempo de nossa estada por aqui, mas temos certeza que somos mortais, mesmo que a forma como vivemos não demonstre isso.
Como disse, esse filme me faz pensar, mas não aguento pensar sozinha.
Tenho uma sensação estranha, algo entre o amor adolescente e a aflição de ser mãe e verou melhor, ter certeza de que seu filho vai morrer e logo.
O que fazer? Eu não sei, morrer um pouco a cada dia?
Não! Viver tem que ser o lema principal, sempre acompanhado de amor, compreensão e muito carinho.
Será que vocês vão concordar comigo?
Gosto de falar de assuntos que passam despercebidos aos olhos diariamente, mas que sempre estão lá, e minha intenção é compartilhar com vcs.
domingo, 26 de abril de 2015
DIREITOS IGUAIS, CONDIÇÕES DIFERENTES
Olá a todos! Enfim retornei!
Sei que estive distante nestes últimos tempos, mas andei
mega ocupada, até escrevi um livro: “Sob o Olhar de Kate”, tem os artesanatos
que estão começando a fluir, e tantas outras coisas numa mesma Kátia, que está
complicado dar conta de tudo, mas vocês sabem que tudo o que acontece comigo é
porque eu preciso muito e muito. (risos).
Outro dia estava aguardando meu horário no médico, e
adoro ouvir essas conversas, nem sempre são frutíferas, mas aprendo muito sobre
o ser humano, e a recepcionista disse claramente que nós não precisamos ter
preferência em nada, afinal não lutamos por direitos iguais aos dos homens?
Fiquei indignada! Uma mulher jovem, que trabalha fora,
estuda, tem marido e filho achar correto sermos tratadas sob todos os aspectos
como homens.
Não sei dizer se isso é machismo ou o que, mas com
certeza não é algo respeitoso.
Talvez eu tenha uma visão muito ampla por ter crescido
ouvindo minha mãe falar que teve que parar de estudar na 1ª série do 1º Grau
porque já sabia escrever o nome e era o que bastava para uma mulher no tempo
dela, talvez porque a independência clamava dentro da minha alma com tanta
força que chegava a doer, ou porque, ao ter crescido num mundo altamente
feminino, onde as mulheres tinham muitos deveres e poucos prazeres, fui criando
uma mente questionadora e rebelde.
Meu pai queria que estudássemos, trabalhássemos, casássemos,
tivéssemos filhos, cuidássemos da casa, fossemos boas mães, e pronto, a vida
estava feita, mas meus planos eram outros, não os realizei por completo, mas
aos poucos vou atrás deles, afinal estou viva e sou livre.
Mas e se os homens não tivessem ido para a grande guerra,
o que teria sido de nós, mulheres? Estaríamos estacionadas no tempo? Talvez sim, talvez não,
mas a briga teria demorado mais para acontecer, e o surgimento de nossas potencialidades também.
Fico imaginando as mulheres do início do século XX,
altamente discriminadas, subservientes, subjulgadas, fragilizadas.
Será que isso vem à cabeça de quem diz: “...não quiseram
a igualdade? Então arquem com ela !”
Ela não estaria ali e sim em casa, com o marido que o pai
teria escolhido para ela, apenas servindo ao marido e aos filhos homens, pois
as meninas seguiriam o mesmo caminho da mãe.
Fico triste de saber que a luta ainda vai durar muito
tempo, seria bom que as mulheres tivessem mais consciência do seu valor, das
suas possibilidades, da sua inteligência, mas que conservassem em suas almas a
meiguice, a sutileza, a fragilidade, o amor e a benevolência de ser mulher.
Somos boas para a guerra, mas necessitamos de mais
atenção, somos emotivas, carentes, hormonais e ao mesmo tempo em que queremos
algo podemos não querer mais e ainda querer o mundo.
Aprendi com muito custo como é precioso ser mulher,
encarnar num corpo feminino, ter a responsabilidade de cuidar de si e dos
outros, e lutar com unhas e dentes pela felicidade.
O respeito precisa estar dentro de cada uma, ser claro e
forte e devemos saber sempre que cada vida é uma vida, nos cabe respeitar e
aceitar, conviver é uma escolha.
Hoje é tudo muito complicado, mas somos boas e chegamos
lá, precisamos de direitos iguais, assim como precisamos que homens sejam
gentis e educados conosco, e também sermos amadas, queridas e acolhidas, porque
além de humanas, somos especiais.
Beijos a todos
Assinar:
Postagens (Atom)