quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Meu Pai...Uma Lição de Vida ( O filme )


 


Não seria pretenção da minha parte dizer que esse filme tem quase tudo a ver com a história do meu pai em minha vida.
Agosto completou 9 anos que sua presença física não está mais entre nós, mas quando assisti esse filme pela primeira vez, num sábado à noite, ele estava lá, bem pertinho de mim, não viu meu pranto contínuo porque não tinha mais a visão, mas eu chorei, praticamente o filme inteiro, muito forte para mim. Teimei e loquei ele para tentar assistir novamente e lá fui eu pela emoção deslizar.
O filme é profundo e trata do relacionamento dos filhos com os pais ( claro!!!! ). Na cena inicial, a esposa, bem disposta, levanta, prepara o café, dispõe a roupa que o marido vai usar na sequência para ser vestida, passa a manteiga ou geléia na torrada para ele.
O homem é bonzinho, não reclama de nada, deixa ela tomar conta da situação até que ela sofre um ataque cardíaco dentro do mercado.
São acionados os filhos para ajudar com o pai.
O filho fica com o pai na casa antiga, e percebe que ele não é tão frágil, tem boa vontade mas era podado pela mãe, e no dia a dia vão se entendo e o filho aprendendo as  pequenas lições de vida mesmo, umas das frases que mais me impressionou, foi quando o pai diz ao filho que ele trabalhava porque sabia que tinha que fazer aquilo para sustentá-los, e garantir à família uma vida onde não faltasse o essencial.
O filho fica indignado, mas na realidade, houve um estalo na cabeça dele, assim como houve na minha: nossos pais não trabalhavam por prazer, trabalhavam por necessidade de manter a família, por responsablidade junto aos seres que puseram no mundo e se propuseram a criar.
Parei e pensei muito seriamente no assunto, principalmente porque busco continuamente o prazer no ambiente  e no trabalho que realizo, mas comecei a achar que estou errada. Será?
Existem tantas coisas que mudaram de uns tempos para cá que nem sei dizer ao certo se foram totalmentes boas ou ruins. Sempre aproveitamos um pouco de tudo que vemos e vivemos, mas até que ponto modificar ou aceitar tudo, o que tem sido o melhor?
A reflexão é longa e fiquei muito mexida, mas no final a questão é a mesma: o amor salva tudo? E como esse amor deve ser aplicado? De que forma ele pode nos auxiliar a indicar o caminho, às vezes, ainda não percorrido?
Com simplicidade, e emoção ( chorei o tempo todo ), o filme fala sobre as coisas que realmente são importantes na vida da gente: responsabilidade, carinho, amor, bom senso, obrigação, aceitação, paciência, respeito e acho que o mais importante: saber trocar, compartilhar e aceitar.

Seria mais ou menos como na oração de Reihold Niebuhr :

 "Concedei-nos, Senhor, serenidade necessária para aceitar as coisas que não podemos modificar, coragem para modificar aquelas que podemos e sabedoria para distinguirmos umas das outras."


Quando o filho, separado da esposa e que não acompanhou o desenvolvimento do neto, diz que o menino vai atrapalhar, quando o avô entra em coma e ele quer ficar para ajudar. Sabe o que o neto faz? Combina com as enfermeiras que quando o pai sair do quarto do avô para avisá-lo e durante aproximadamente 15 a 30 minutos,  ele fica com o avô, conversando e contando novidades.
É uma lição linda de amor, carinho, mostra somente que não somos nada e quando vamos embora só levamos o que é essencial para nossa partida: o amor e o carinho que plantamos.

Beijos a todos, e boa reflexão.

Foto: 2001.com.br

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