quinta-feira, 29 de julho de 2010

UM AMOR PARA SEMPRE

Li, outro dia, que as pessoas precisam que seus corações batam acelerado  ao menos duas vezes por dia , durante aproximadamente 20 minutos, para garantir uma vida mais longa.....

Isso explicou algumas coisas, mas me fez crer que quem ama vive mais.....

Não um amor como vemos hoje em dia, rápido, frágil, que a qualquer obstáculo se esvai, some, derrete....não.

Esse amor ao qual me refiro é um amor mais forte, nada fácil de encontrar hoje em dia. É raro, de almas gêmeas, de andar de mãos dadas aos 90 anos, por puro prazer, não por obrigação.

Beijar no rosto, na testa, na boca, do nada, por puro prazer....

Fazer carinho em público, sem medo, sem receio, nem aí para os adolscentes, nem aí para os jovens, nem aí para ninguém.                  

Ver um no olho do outro, nas ações, no respeito, no dia a dia.

 Pouquíssimos casais sobrevivem a isso, Às vezes sobrevivem até a morte do parceiro da vida toda, e por não agüentarem a sua ausência, morrem em seguida, para encontrar o seu grande amor novamente.

Sempre achei lindo esse amor devotado, sem cobranças, cheio de cuidado, um amor de almas, não de corpos, não de sexo, só de almas, onde existe muito mais nas entrelinhas do que nas linhas.

Desejo um amor desses aos meus filhos.....

Para mim...

Bem, talvez, eu, nesta vida não encontre mais.

Não consigo dimensionar  em minha vida um espaço para esse amor tão intenso.

Talvez porque ache que devido às decepções que já tive não possua o essencial para aceitar um amor dessa simplicidade, dessa pureza: crença, esperança e fé.

Minha maturidade é adversa à minha vontade, às vezes me prejudica,  poucas me favorece e quase nenhuma me direciona.

Ao contrário do que demonstravam meus pais, deixo bem claro aos meus filhos que não sei tudo, fico doente, sofro de mau humor em alguns períodos e o mais importante......os amo incondicionalmente. Por hora o único amor incondicional que consigo conceber.

O amor que espero é algo que não existe aos montes por aí, algo mais profundo, mais intenso, mais real do que as pessoas possam conceder: um ficar por querer, um cuidar por prazer, um amar por amar, sem ter que explicar, sem ter que fugir, sem ter que se humilhar ou rastejar, sem medir força e disputar quem é o melhor.

 Ter um ombro para encostar a cabeça ao chegar, uma mão para a cariciar e ouvidos para falar as alegrias, dividir as tristezas, olhos para olharem juntos na mesma direção, seguir o mesmo caminho juntos, nem na frente, nem atrás.

Talvez eu seja ingênua ainda mas não tenho culpa.

Preciso, acredito que todos precisamos de algo mais que sexo, é necessário alguém que nos ame no decorrer da vida, sem prazo de validade, que sinta nossa falta quando não estamos e se alegre quando chegamos e vice e versa diariamente.

Com o coração sempre batendo meio descompassado  ao ver a pessoa amada.
               

 Sei lá se isso existe, mas queria para mim e duvido que vocês não queira para vocês......


          B E I J OS  ..........






 


quarta-feira, 28 de julho de 2010

VIDA EM CAIXAS

Bom, depois de um longo e tenebroso inverno, cá estou.


Não muito animada, mas também não estou derrotada.

Digamos que me seleciono como batalhadora.

Mas vamos ao título.....” vida em caixas”



Sabe quando vc tem a impressão que toda a sua vida está dentro de algum tipo de caixa?

Pois é, ando meio assim. Desde antes de me separar, quando voltei a morar com a minha mãe, nunca tive  muito espaço para por minhas coisas, e por conta disso elas estão encaixadas.


Cada vez que quero um livro, ou pintar minhas caixas de MDF, preciso tirar uma coisa de dentro da outra e ir pouco a pouco descobrindo, revendo e depois arrumar tudo de novo.

Mas tenho me sentindo como as caixas onde guardo n’s coisas: tenho guardado minha liberdade, meus sentimentos ( raiva, ira, ódio, mágoa ), lágrimas.....tudo q não é muito legal de sentir, tem ficado dentro.

Ando me sentindo dentro de uma caixa, onde mau posso me mexer que incomodo alguém, onde tenho q abaixar a cabeça, engolir a raiva e conviver, por mais algum tempo.... Adapto minha vida, para não atrapalhar a vivência alheia. Antes era mais fácil, agora possuo extensões....
Aprendizado......

A cada momento, a cada resvalo, sinto como se em todas as ocasiões da minha vida, fiz o que faço quando estou dirigindo: vire para a direita, e eu no ímpeto, acabo indo para o lado oposto, desta forma, aumentando a distância entre meus sonhos, entre meus desejos, entre minhas realizações.

Talvez, tenha faltando alguém na minha vida capaz de entender minha dificuldade e mostrar que o caminho era outro, mas de outra forma, talvez suave, sempre tive problemas com o que se mostra muito simples, sempre achei que tinha problema por trás....Bobeira minha.
Meus filhos me amparam, querem tomar partido, ficam chateados também com a situação, mas eu só quero que eles sejam felizes, que consigam sobreviver à vida em caixas por mais algum tempo, espero que menos do que eu esteja imaginando, e mais do que eu precise.

Ando bem chateada, mas sei que vou melhorar, denota tempo, mas vou conseguir, minha vida não vai parar, porque aprendi que não vale a pena, podemos nos resguardar um tempo, lamber as feridas, cuidar da dor,  mas depois temos que seguir.

Um minuto para a lágrima, depois enxugá-se os olhos e segue para a ação, para a luta.

Tudo na vida é lugar comum, só que a gente sempre acha que nunca aconteceu com ninguém até se expor, e ver que é o que todo mundo pensa, acha.

Paciência......

Terei muita e serei feliz assim ou assado.

O tempo é meu amigo e eu sei que no final tudo dá certo, basta acreditar.

Sei que em breve, abrirei minhas caixas e descobrirei que além do pó algumas coisas continuam lá esperando para vir à tona, esperando para viver de novo.

Coisas da vida......

domingo, 4 de julho de 2010

ANSIEDADE....SONHO.....EMOÇÃO = FELICIDADE - HOMENAGEM A DONA OLGA.....




Não sei bem como isso tudo começou......

Ou talvez eu saiba sim....


Há muito e muitos anos atrás, existia uma escola como tantas outras, concreto, crianças e adultos, cada um em sua função, seguindo seu destino.



Antes, não havia esse negócio de criança ter que pegar dois ônibus para ir até a escola, no máximo, andava-se quadras. Íamos sozinhos, em turma., em levas, mas íamos.



A infância tinha outro gosto, outro sabor.



A escola era um lugar para aprender e fazer amigos, mas havia um diferencial: o respeito, o amor, a determinação.



Nunca fomos números, no máximo, sobrenomes ou apelidos, rsrsrsrs. Esses ao montes.



Estudei nesta escola durante 11 anos, exatos. Entrei uma criança e saí uma mulher.



Aprendi tantas coisas, que às vezes não me lembro de tudo exatamente, mas tenho a essência plantada dentro de mim, dentro do meu coração, enraizada em minha alma.



Às vezes as pessoas não sabem bem o que fazem, qual a emoção que despertam ou a marca que deixaram nas pessoas.



O tempo passa e achamos que tudo passou junto. Não é verdade!!!!!



Há algum tempo estou organizando reuniões de amigos dessa escola tão comum e tão especial ao mesmo tempo.



Reuniões q no início foram bem modestas e que atualmente estão ganhando força, e cada vez mais emoção.



Tem algumas pessoas que estudei desde o primário, uma vida toda junta e depois separada, não posso dizer que abruptamente, mas....nos separamos.



Cada um seguiu seu caminho, mas guardou em algum lugar do coração a emoção de estar junto, a emoção de compartilhar emoções.



Realizamos o 3º encontro de ex-ennianos no sábado, dia 26/06/2010, que foi coroado com a presença da Profª Lívia, nossa professora de Educação Artística, como se ela tivesse ensinado só isso para nós, alunos.



Essa professora sempre chamou a atenção, muito séria, exigente, sempre elegante, lançando moda, mas o seu mérito vai além....



Vai nas músicas que nos ensaiava, nas aulas ao som de Bethoven, Bach, Noel Rosa, entre outros, nas peças de teatro que apresentávamos, nos passeios à Bienal de Artes, no incentivo à cultura. Em nos mostrar a vida através do muro. Do muro da nossa limitação, da nossa ignorância musical, despertando, naqueles alunos da escola pública, o gosto por arte, ensinando muito mais do que educação artística, fazendo sentir o prazer por tudo aquilo.



Quando ela chegou, com seu marido o Maestro Nasari Campos, a comoção foi geral, a emoção alcançou proporções inimagináveis. Conversou com todos, falou com todos, participou da emoção junto, e eu vi, ninguém me falou, a felicidade e a alegria em seu olhar, compartilhado pelo seu marido, diga-se de passagem, já é da turma.



Foi um encontro mais que especial.



Mas faltou pessoas.....



Durante o encontro, conversa vai, conversa vem, surgiu a idéia de irmos até a cidade onde a diretora, responsável pelo diferencial da escola, morava.



Combinamos tudo com a professora, que a partir daquele momento, virou nossa cúmplice.



Foi tudo organizado rapidamente. Eu só acreditei que tudo estava realmente acontecendo quando, ao sair da minha casa, no sábado ( 03/07/2010 ), à 7hs50 da manhã, já haviam carros na minha porta, imagina a minha felicidade, quando vi 8 carros em minha porta, todos prontos para realizar mais uma homenagem a alguém que marcou nossas vidas de uma forma tão especial.



Dona Olga é uma professora / diretora incomum, tanto nos dias de hoje, como nos dias de ontem.



Olhava para o aluno de uma forma especial, como filho, como responsabilidade dela, na forma mais forte dessa palavra.



Todos tem muitas lembranças, eu também, mas eu tenho uma que para mim foi especial:



Meus pais nunca me perguntaram se eu estava bem ou se estava acontecendo alguma coisa. Agora, imagina: uma diretora de escola, cheia de atribulações do dia a dia, passando lá no começo do pátio e quando te vê, meio cabisbaixo, sai do seu caminho e vem te perguntar se está tudo bem? Não me lembro o que respondi, não me lembro ao certo nem qual era o motivo da minha apatia, mas aquele gesto dela fez toda a diferença.



Lógico, além de toda a sua determinação.



Esse negócio que o pessoal fala hoje de abrir as escolas para a comunidade, hum. Isso, há 25 anos atrás já era um fato.



Dona Olga chamou a comunidade para dentro da escola. Tinha jogos, música, vôlei, futebol, jazz. Era tudo junto. A comunidade pintou a escola, ajudava nas festas, respeitava a Dona Olga, mais do que ela fosse da família, seu trabalho era admirado, respeitado e surtiu efeito.



Nesse evento onde reunimos em torno de 30 pessoas, todos ex alunos, sem contar suas esposas, algumas que também estudaram no Ennio Chiesa, e alguns maridos é a maior prova disso.



Todos queríamos ver dona Olga, ter certeza que ainda continuava viva e plena.



Ensaiamos uma música que homenageamos ela uma vez: Dona, e fomos, de comboio para o evento.



O resto das pessoas eu não sei, mas eu estava particularmente emocionada, ansiosa e feliz.



Quando chegamos tivemos poucos minutos para concluir a organização.



Ela entrou e antes que pudesse nos ver direito entoamos os primeiros acordes de Dona.



Foi lindo, parecia que tínhamos ensaiado a semana toda, a emoção tomou conta de todos .



Arrebatou homens feitos, mães de família, transformando todos em adolescentes novamente, fomos de encontro ao passado, ás mais doces e ingênuas lembranças, de repente, voltamos a escola e estávamos todos lá, perdidos no meio de tanta emoção, de tanta alegria.



Houve agradecimentos depois dos abraços, e também uma história real, e um agradecimento lindo, onde fomos todos de volta às lágrimas.



O dia transcorreu feliz, mas qual não foi a surpresa geral quando mais uma professora juntou-se a nós.



Profª Vera, minha mentora, a considero assim. Pura fibra e determinação em fazer a matemática entrar na cabeça dos alunos. Com ela aprendi muito mais do que Matemática, aprendi a confiar em mim. Aprendi que podia ajudar os outros e aprender com isso, aprendi a ter determinação, a entender nas linhas, entrelinhas e em tudo mais, a me esforçar e não desistir, aprendi que o não saber é só um passo para aprender.



Ela foi responsável por quase todos os apelidos que os alunos carregam até o hoje, altamente marcantes. Sua dinâmica, sua marca registrada. Em sua aula, podíamos ouvir uma agulha caindo no pátio, a Matemática era cruel para a grande maioria, para mim era relaxante prazeroso e divertido. AMO até hoje, e sempre aprendi da forma que ela ensinava : clara e objetiva, sem histórias, direto no ponto.



Assim como as outras duas, foi coberta de abraços, de carinho, de alegrias e dava para ver a felicidade estampada em seus olhos.



Pois é, foi isso. Passamos uma tarde de magia, onde mesclavam alegria, incredulidade ( ouvi, várias vezes: vc já se imaginou nessa situação????? Na casa da Lívia, com a Dona Olga e a Vera????????!???????????!!!!!!!!!!!!!!!!!!), realmente foi como num sonho, um sonho lindo, lindo......





Não sei se um dia me acostumo com isso, mas o q posso dizer é que estou muito feliz. Com uma sensação de alegria e emoção brindando minha memória, meu coração, não consigo expressar mais, nem chegar mais fundo, por que não dá para traduzir em palavras emoções tão intensas, tão fortes e verdadeiras.



Vou ficando por aqui, com o coração quente e um sorriso nos lábios, que vez por outra acaba se misturando com uma lágrima da mais profunda emoção.



Dona Olga disse antes de se retirar que nós demos o maior presente da vida dela, mas ela não sabe que nós é que recebemos o maior presente de nossas vidas, a presença dela em nossa tão singela história.



Bjs a todos.....