terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

CONSIDERAÇÕES

Não sou noveleira de plantão como tantas pessoas, mas essa semana, eventualmente estava assistindo a uma cena da novela “Viver a Vida”, que me comoveu muito, uma conversa muito sensível entre a Luciana e o Dr. Miguel, seu médico de plantão.


Não me lembro exatamente da frase, mas o sentido era mais ou menos esse: quando acho que tenho alguém em quem posso confiar, alguém acha que pode me tirar e tudo bem? E como que eu fico?
Já me senti inúmeras vezes como a Luciana, mas como as pessoas acham que sou uma pessoa forte, guerreira, lutadora e decidida, talvez não tenham percebido, até porque prefiro que seja assim.
Toda a comoção que a atriz passou para a personagem me emocionou também porque dentro das minhas vivências, tive grandes perdas algumas irrecuperáveis, outras ainda deu para jogar a corda e pegar de volta.

Às vezes as pessoas olham para as outras com um sentimento de INVEJA muito forte, porque queria estar vivendo aquele momento, mas não tem a CORAGEM de pagar o preço, de se lançar.

A imagem de mulher / homem forte, corajosa (o), determinada (o) está associada a ausência de sentimentos...para os outros.

Muitas vezes engoli meu orgulho para ir atrás do que acreditava, dei minha cara a tapa para conferir o que estava por trás da imagem, enfrentei meus maiores medos para provar que estava certa. Muitas vezes errei, muitas vezes acertei, mas na maioria das vezes, o que estava muito presente era um sentimento muito forte de que, em qualquer momento, a única pessoa com a qual eu poderia contar integralmente era COMIGO, e nessas horas batia uma solidão tão grande e então a mulher forte se trancava dentro de si e chorava, sozinha até o medo e a insegurança passar, e eu ser invadida por um sentimento imenso de força e acreditar piamente que se as coisas não deram certo hoje é porque podem dar certo amanhã.

Enquanto possuirmos vida possuímos a oportunidade de começar de novo, todos os dias.

Hoje, depois de tanto tempo separada, cheguei a conclusão que durante o meu casamento vivi uma solidão a dois, e quando se está só assim é melhor ser só de verdade, mas na minha solidão verdadeira descobri que ela não existe, o que existe é a alegria de ser livre e encontrar a verdadeira felicidade.

Tinha um sentimento de fragilidade permanente, como se não fosse forte o suficiente para conseguir qualquer coisa. Ledo engano, de uns tempos para cá descobri q posso ser uma muralha, com estruturas fortíssimas, às vezes aparece uma rachadura, mas a gente conserta rápido para não ruir.

Hoje acredito que todo o processo que acontece em nossa vida é necessário, é fabuloso, é brilhante, e, por pior que seja, sempre válido.

Olho para trás e percebo que a menina de 15 anos, cheia de sonhos e achando que encontraria um príncipe encantado, tal e qual Branca de Neve ( minha história favorita na infância ), perdeu muito tempo em devaneios, em “achos” e em que os outros vão pensar.

Hoje, a única coisa que me breca são meus filhos. Por hora, são os únicos aos quais talvez eu deva uma explicação dos meus atos, os outros são simplesmente os outros, que se quer cuidam da própria vida, não tem capacidade de cuidar da minha, nem da de ninguém.

Passei de Branca de Neve, a que espera o principe,  à Mulan, a batalhadora, que enfrenta qualquer situação para resolver o problema, mas sempre com doçura, às vezes toma atitudes impensadas, emocionais mesmo que podem dar certo ou não.






Não sou perfeita, e também perco as estribeiras, chuto o pau da barraca, cometo erros, como todo o cidadão, como todas as pessoas.

Adoro as pessoas, acho o máximo a complexidade de cada um, cada personalidade, o ser humano é fascinante, sempre um enigma.

Estou habituada a ultrapassar alguns limites e às vezes me estrepo por isso, mas estamos aqui para aprender e aperfeiçoar.

O segredo da vida é a insistência em viver , em lutar, em brigar e às vezes, em esperar.

Essa última parte é a mais difícil para mim: esperar. Tenho fama de ser paciente, mas minha paciência é direcionada e funciona melhor com os outros do que comigo.

Como disse, estou aprendendo e da única forma que conheço: vivendo.

Acho que me empolguei, mas por hora é só, rsrsrsrsrs



Beijos a todos,

Um comentário:

  1. Adorei seu texto!
    Já te disse que ainda vou ter que pagar pelas "sessões de terapia" que fazemos de vez em quando!
    kkkkkkkkk
    Beijos!!!!!

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