domingo, 28 de fevereiro de 2010

RELAÇÕES PESSOAIS OU IMPESSOAIS?


Nessa vida louca em que vivemos, onde nos dividimos em três ou quatro pessoas para realizar os mais diversos trabalhos quase ao mesmo tempo, tenho notado que os relacionamentos andam muito superficiais, muito mesmo.

Parece que as pessoas querem as coisas mas de forma superficial.

A internet tem sua cota nisso. As salas de bate papo nada mais são do que salas de conhecimento, mas que visa praticamente um único fim: sexo sem compromisso. Tanto faz se é via computador ou se rola um encontro fora dali, o que importa é que visa praticamente a mesma coisa: relações instantâneas com prazer imediato.

Uma gama enorme das pessoas que frequentam essas slas são comprometidas ( casadas, namorando, noivas ), mas não respeitam seus relacionamentos, acreditam piamente que não há traição.

Minha cabeça fica meio confusa com isso. Talvez porque para mim é uma linha única, estou com alguém e quero somar o que vivo com esta pessoa: meus desejos, minhas fantasias, minhas alegrias, minhas tristezas, meus sonhos; mas pelo visto, sou um dinossauro perdido na era da informática.

Talvez por isso seja tão dífícil para mim entender a dinâmica masculina e algumas mulheres também. Não sou puritana e nem tenho conceitos rígidos, sou até maleável para muitos assuntos, mas certas coisas não entram na minha cabeça.

Amo a internet e gosto de conversar nas salas de bate papo, vc fala com o mundo sentada em sua casa e sem pagar nada a mais por isso. Já conversei com muitos homens, vc encontra vida inteligente na internet também, mas alguns só querem se mostrar e deixam claramente que a única coisa que querem é sexo, virtual ou não. Às vezes acho ofensivo, vc acaba de falar "oi" e o cara já vem com um monte de frases de baixo calão, esses descarto na hora.

Talvez por isso os relacionamentos não durem tanto hj em dia. Além de não termos papéis claros na vida a dois, pois antes, era mais ou menos assim: homem- provedor da casa - trabalha fora e dá o sustento para a família, mulher: toma conta da casa e obedece cegamente ao marido. Hoje? Hoje compramos qualquer briga, estamos nas frentes de trabalho, ganhando o pão de cada dia, com muita luta, suor e lágrimas, mas nunca desistimos da batalha, desistimos do marido, do namorado, do noivo, mas da gente? Nunca!!! E se tivermos filhos então, a briga é pior. Não dá para ser cega se levantamos junto para ir trabalhar e quando chegamos temos o 2º, 3º e 4º  turnos. Díficil é manter a doçura, é não deixar se corromper pelo imediatalismo, é ser melhor mãe que profissional.

Hoje queremos o que os homens queriam há poucos anos atrás: casa, comida e roupa lavada e passada. Um pouco de tempo para descansarmos e poder resgatar a doçura, a meiguice esquecida entre as brigas do dia a dia, entre as lutas travadas.

É díficil, mas ninguém nos falou que seria fácil. Nós podemos ter achado. Só q a realidade é outra, a vida precisa de autenticidade para continuar , e ser autêntico, em um mundo que nos exige máscaras todos os dias, é preciso coragem, e coragem é raridade sempre.

Difícil é encontrar alguém que respeite suas convicções, seus desejos, seu mau estar , seu lado ruim.

Difícil é respeitar isso no outro.

Eu acredito que essa fase descartável vai passar e que as pessoas vão perceber que no final das contas bom mesmo é ter perto pessoas que possamos contar, que confiemos, que podemos encontrar na rua e abraçar sem medo, só para sentir seu calor. O contato físico não pode ser substituído por "cans" ou qualquer outro equipamento, nem os sentimentos.

As pessoas tem medo de sentir, então só o prazer imediato é que surte efeito, depois do ato, está tudo acabado e "tchau e vai com Deus".

Acho estranho porque às vezes já sentia vazio quando gostava, quem dirá assim, sem nada.

Indico a internet para todos pela sua praticidade, pela sua mobilidade, por tudo. Amo conversar na net, pq é tudo de bom, mas sei q um dia vai ser como num filme antigo que assiti "O Demolidor", vamos fazer amor por telepatia, o contato físico estará proibido. Já pensou?

É para se pensar.


Bjs a todos.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

CONSIDERAÇÕES

Não sou noveleira de plantão como tantas pessoas, mas essa semana, eventualmente estava assistindo a uma cena da novela “Viver a Vida”, que me comoveu muito, uma conversa muito sensível entre a Luciana e o Dr. Miguel, seu médico de plantão.


Não me lembro exatamente da frase, mas o sentido era mais ou menos esse: quando acho que tenho alguém em quem posso confiar, alguém acha que pode me tirar e tudo bem? E como que eu fico?
Já me senti inúmeras vezes como a Luciana, mas como as pessoas acham que sou uma pessoa forte, guerreira, lutadora e decidida, talvez não tenham percebido, até porque prefiro que seja assim.
Toda a comoção que a atriz passou para a personagem me emocionou também porque dentro das minhas vivências, tive grandes perdas algumas irrecuperáveis, outras ainda deu para jogar a corda e pegar de volta.

Às vezes as pessoas olham para as outras com um sentimento de INVEJA muito forte, porque queria estar vivendo aquele momento, mas não tem a CORAGEM de pagar o preço, de se lançar.

A imagem de mulher / homem forte, corajosa (o), determinada (o) está associada a ausência de sentimentos...para os outros.

Muitas vezes engoli meu orgulho para ir atrás do que acreditava, dei minha cara a tapa para conferir o que estava por trás da imagem, enfrentei meus maiores medos para provar que estava certa. Muitas vezes errei, muitas vezes acertei, mas na maioria das vezes, o que estava muito presente era um sentimento muito forte de que, em qualquer momento, a única pessoa com a qual eu poderia contar integralmente era COMIGO, e nessas horas batia uma solidão tão grande e então a mulher forte se trancava dentro de si e chorava, sozinha até o medo e a insegurança passar, e eu ser invadida por um sentimento imenso de força e acreditar piamente que se as coisas não deram certo hoje é porque podem dar certo amanhã.

Enquanto possuirmos vida possuímos a oportunidade de começar de novo, todos os dias.

Hoje, depois de tanto tempo separada, cheguei a conclusão que durante o meu casamento vivi uma solidão a dois, e quando se está só assim é melhor ser só de verdade, mas na minha solidão verdadeira descobri que ela não existe, o que existe é a alegria de ser livre e encontrar a verdadeira felicidade.

Tinha um sentimento de fragilidade permanente, como se não fosse forte o suficiente para conseguir qualquer coisa. Ledo engano, de uns tempos para cá descobri q posso ser uma muralha, com estruturas fortíssimas, às vezes aparece uma rachadura, mas a gente conserta rápido para não ruir.

Hoje acredito que todo o processo que acontece em nossa vida é necessário, é fabuloso, é brilhante, e, por pior que seja, sempre válido.

Olho para trás e percebo que a menina de 15 anos, cheia de sonhos e achando que encontraria um príncipe encantado, tal e qual Branca de Neve ( minha história favorita na infância ), perdeu muito tempo em devaneios, em “achos” e em que os outros vão pensar.

Hoje, a única coisa que me breca são meus filhos. Por hora, são os únicos aos quais talvez eu deva uma explicação dos meus atos, os outros são simplesmente os outros, que se quer cuidam da própria vida, não tem capacidade de cuidar da minha, nem da de ninguém.

Passei de Branca de Neve, a que espera o principe,  à Mulan, a batalhadora, que enfrenta qualquer situação para resolver o problema, mas sempre com doçura, às vezes toma atitudes impensadas, emocionais mesmo que podem dar certo ou não.






Não sou perfeita, e também perco as estribeiras, chuto o pau da barraca, cometo erros, como todo o cidadão, como todas as pessoas.

Adoro as pessoas, acho o máximo a complexidade de cada um, cada personalidade, o ser humano é fascinante, sempre um enigma.

Estou habituada a ultrapassar alguns limites e às vezes me estrepo por isso, mas estamos aqui para aprender e aperfeiçoar.

O segredo da vida é a insistência em viver , em lutar, em brigar e às vezes, em esperar.

Essa última parte é a mais difícil para mim: esperar. Tenho fama de ser paciente, mas minha paciência é direcionada e funciona melhor com os outros do que comigo.

Como disse, estou aprendendo e da única forma que conheço: vivendo.

Acho que me empolguei, mas por hora é só, rsrsrsrsrs



Beijos a todos,