domingo, 13 de maio de 2012

DIA DAS MÃES

Sou mãe há 10 anos, e posso dizer com toda a certeza que de absolutamente tudo que aconteceu na minha vida, essa incumbência que Deus me deu foi a melhor.
Lembro como se fosse ontem quando, após alguns sinais, coisas sutis, onde desconfiei que havia algo "errado" e resolvi, ligar para minha tia, porque não queria alarde, para saber se eu devia fazer um exame, e ela me disse com toda a experiência que já tinha de seus 4 filhos, bem sossegadamente: "...Vai lá, compra o teste. O   que pode acontecer é dar negativo."
Fui lá, morrendo de ansiedade e sem saber se eu queria ou não o positivo, comprar o teste e fazer, logo de manhã para não correr riscos.....
Depois que eu fiz e vi aqueles risquinhos, entrei em estado de choque, uma sensação de " e agora?"....kkkkk
Acho que os anos vão passar e a sensação ainda será lembrada.
Depois de 38 semanas, aquele resultado positivo estava nos meus braços: olhos grandes, a pele meio arroxeada ( ele estava entrando em sofrimento fetal ), o cabelo escuro, um choro forte, decidido.....mas ainda não foi nesse primeiro momento, senti a responsabilidade quando ele veio para a primeira mamada, quando a enfermeira me chamou e me entregou aquele pacotinho quentinho, tão pequeno, foi exatamente ai que percebi que seria minha responsabilidade cuidar, educar, alimentar e fazer dele um homem ( um bom homem ).
Na segunda vez que fiquei grávida, algo emocionante aconteceu. Não havia tomado as devidas precauções, mas achei que não estaria grávida, meu período fértil somente seria na semana seguinte, apesar de ter percebido algo, mas no dia seguinte estava lá, o período fértil todinho se mostrando, não posso negar que fiquei com um pezinho atrás, mas foi só isso. 15 dias depois, estava deitada no sofá, quando meu bebê Caio, do nada, atravessou a sala, levantou minha blusa e deu um beijo na minha barriga.
Perguntei a ele: " O que foi, Cainho?" , ao que ele me respondeu: " Mamãe, tem um bebê na sua barriga.",
Falei para ele que não tinha não, imagina....mas a pulguinha estava lá.
Ao fim do período nada aconteceu, então não tive dúvidas: fui ao médico e pedi um exame de sangue. O resultado? Positivo, de pouquíssimo  tempo, mas grávida. Fiquei tão feliz e ao mesmo tempo preocupada com meu pequeno que havia acabado de completar um ano.
Quando a pequena nasceu, meu coração ficou aos pulos, demorou para chorar, ficou um período na UTI, eu chorava copiosamente, mas estava praticamente sozinha, o pessoal me dava força, mas o meu emocional estava acabado. Eu sai do hospital e ela ficou, teve alta no dia seguinte, eu não via a hora de trazer minha bebê para casa, mesmo com a chegada da Bruna, nunca deixei de dar atenção ao Caio.
E a vida seguiu e fui levando, porque ser mãe é a cada dia ter uma novidade, ter uma história, ouvir coisas que  você não esperava ( boas e ruins ), se surpreender com a agilidade mental deles, com os sorrisos, com as tristezas, dar colo, dar beijo, sentir o cheirinho do cabelo, da pele, se emocionar e enlouquecer, tudo absolutamente na descoberta do amor pleno e imutável: o amor de mãe para filhos.
Sinto-me assim uma leoa, se mexem com minhas crias, mas estou aprendendo a deixar eles tomarem as decisões, resolver as emendas da vida, estão crescendo e eu não serei eterna.
Às vezes meu coração fica pequeno, dolorido, dá um medo de partir e deixá-los.....aí sacudo a cabeça e penso: " Deus zela pelas mãezinhas , zele por mim também. Sou o porto, sou a terra, sou para onde eles voltam quando bate a tristeza, quando ficam chateados, quando estão tristes; mas também estou na felicidade, nas brincadeiras, nos carinhos, quero fazer parte da vida deles, até quando eles deixarem e quando não deixarem, estarei por perto também, eles nem vão saber......
Nesse domingo, como faço há 10 anos, relembrarei cada detalhe, cada foto dos meu pequenos, o sorriso doce, o choro triste e longo, as risadas e o brilho do olhar.....Ser mãe é isso: curtir todos os momentos, mas estar sempre ciente que os passarinhos criam asas e voam e cabe a nós, mães, deixá-los voar, afinal nós também voamos .........

Um ótimo dia das Mães, e que Deus abençõe  todas nós....Amém

Foto: Arquivo pessoal



quarta-feira, 9 de maio de 2012

CORRER OU FICAR, EIS A QUESTÃO

Ando emocionalmente abalada. Qualquer coisa me deixa emotiva, com uma vontade chorar, com um vazio. Não sei bem o que é.
Pode ser o período sem medicação por conta da depressão ( que estou tratando ), mas acho que são emoções reprimidas ou querendo se manifestar para serem vividas.
Não desprezo o amor, nem a afeição, mas li uma frase no Facebook ( também é cultura, kk ) que me fez pensar: " Não amo totalmente pelo medo de sofrer quando não se for...", na autoria constava Marilyn Monroe, o que não seria novidade, considerando que sua beleza escondia sua tristeza.
Uma sensação dupla tem me acompanhado: a que sente falta de alguém e a que não quer ninguém em sua vida.
A primeira porque sente uma certa necessidade de ter alguém ao lado para trocar confidências, dividir a vida e sentir novamente o prazer de estar junto ( se é que já senti isso antes ); e a outra tem muito clara, muito vívido na memória e no coração todas as tristezas, decepções e a sensação quase real de estar aprisionada, do canto ser ceifado, do prazer estar toldado, então, por precaução e pela lembrança de tudo isso, a segunda sempre vence.
Gostaria muito de mudar, de aceitar ( tem gente que faz isso como se troca a roupa ), eu não tenho esse poder, minha memória emocional é melhor do que a outra ( a racional ), não consegue apagar tão fácil a dor que ainda se remexe dentro de mim. 
Em certas épocas ela vem à tona, muitas vezes luto com ela, mas na maioria das vezes perco e aí me entrego um pouco a dor e à sensação de fracasso, mas não sou de ficar no chão e me levanto e tentamos de novo, um dia dá certo, se não der tudo bem, ao menos estou tentando tentar.
Bem, por hora, vou seguindo com o que posso tolerar, mas são emoções passageiras, situações meias, considerando que também não sei ainda se quero algo inteiro, acho que está bom.

Por hoje é só, estava preso na garganta.....Às vezes preciso ser mais humana do que sou normalmente.

Beijos a todos....

Foto: Blog Meu Meio de Expressão