sábado, 15 de outubro de 2011

DEPRESSÃO...O MAL DO SÉCULO XXI


Há algum tempo atrás comecei a ter uns sintomas estranhos, ao menos para mim, que me considero uma pessoa que não se deixa abater por qualquer coisa.

Dores de cabeça constantes, taquicardia eventual, braço dormente ( achava que era tendinite ), amortecimento de alguns dedos, da língua, uma tristezinha estranha me rondando, querendo ficar.

Ás vezes a vontade eminente de querer estrangular pessoas, e não era só da boca para fora, era um sentimento poderoso e real, dentro de mim, uma falta de paciência que não era do meu feitio.

Comecei a ficar preocupada, podia ser um monte de coisas, ou simplesmente uma fase.

Marquei minha consulta, fui ao médico e comecei a descrever meus sintomas, todos anotados para não esquecer de nenhum......ele só me perguntou se eu tinha disposição para fazer as coisas e eu disse que sim. Diagnóstico: princípio de depressão.

Nunca me imaginei com esse tipo de doença. Doença sim, eu não sabia, mas ela está presente na vida de muitos brasileiros, e não é contagiosa, ao meu ver é apenas o reflexo dos dias de hoje.

Estaria mentindo se dissesse que sempre fui como sou hoje: otimista, disposta, correndo atrás do que deseja, mas nunca tive dores que me indicasse que estava precisando de ajuda.

Estou tomando remédio e tenho me sentido melhor, mas não aceito as coisas assim, sem questionar. E comecei a querer saber porque estava neste estado de espirito: estava me sentindo sobrecarregada e sem expectativas, como se a vida não estivesse mais fluindo e por mais que eu quisesse seguir não conseguia.

Meu sinal de alerta foi a tristeza, uma tristeza estranha que queria se acomodar e eu não deixava e aí certo dia, eu acabei deixando, e senti como se minhas forças acabassem.....

Conversei com uma amiga muito querida e ela me garantiu que não era para deixar a tristeza se acomodar, era perigoso.

Depois que comecei a tomar a medicação, os sintomas foram passando, e melhorei em tudo: minha disposição, a alegria voltou, a vontade de viver, de fazer, muito bom.

As pessoas ( assim como eu ) tem medo de ficar dependente do remédio, mas perdoa, prefiro a dependência a sentir as dores e não estou tomando por conta, o médico vai me dizer quando tiver que ir diminuindo a dose, tenho que confiar, afinal meus filhos precisam de uma mãe inteira, completa para eles e o preço nem é tão alto assim.

Achava que era frescura, mas só quando senti na pele entendi que é uma doença séria e que pode levar a fazermos o que não desejamos, pois não existe mais pudores, você não consegue mais controlar.

Existem pessoas que só se entristecem, ficam chateadas, tudo magoa. Bom eu chorava com qualquer oscilação do que eu achava que era perfeito.....

Perdia o controle pelas mínimas controvérsias, como se isso fosse alterar todo o meu mundo, tudo fosse desmoronar.

Não há controle, não é sua vontade, é um desejo de ficar bem quieta, em algum lugar onde ninguém possa te incomodar, possa mexer com você.

Tive  um período longo onde tinha que controlar as emoções para não perder a cabeça, porque não sei lidar com isso, mas foi o que me fez muito mal, em dado momento a máquina que utilizamos cobra seu preço, e pode ser alto, muito alto.

Estou pagando meu preço, no meu ponto de vista, nem tão alto, mas estou pagando, mas sei que poderia ser mais alto. 

Quando alguém que você ama começar a se comportar de forma estranha, chegue perto e tente aos poucos entender o que está sentindo. Eu aprendi a me conhecer, e fui atrás mas nem todo mundo sabe quando está precisando de ajuda.

Beijos a todos